“Ter um CNPJ não te faz empreendedor”, destaca Felipe Titto durante o Reload, em Ituiutaba

Aos 28 anos de idade, Felipe Titto conquistou o seu primeiro R$ 1 milhão. Dez anos depois, ele transforma sua imagem em um ativo comercial, e consegue, com publicações mensais no feed ou nos stories, presença VIP em eventos e ensaio para divulgação de marcas, cerca de R$ 8 milhões por ano. No currículo, destaque para a atuação em novelas como “Malhação”, “Avenida Brasil”, e “A Dona do Pedaço”, além da participação no programa “Shark Tank Brasil”, como investidor. Um dos palestrantes do Reload 2025, em Ituiutaba, Titto apresentou ao público, de quase 600 participantes, como entender o comportamento do consumidor, na internet, pode ser essencial para o sucesso dos negócios.

Confira a entrevista exclusiva para a Agência Sebrae de Notícias (ASN):

ASN-MG: O que define um bom empreendedor?

Felipe Titto: O primeiro ponto é ele entender que há uma grande diferença entre ser empresário, e ser empreendedor. O empresário é o dono de um CNPJ, e o empreendedor é o cara que resolve o problema, está antenado e disponível, é curioso. Ele pode, mesmo como funcionário, ser um ótimo empreendedor, e todo lugar em que estiver, pode ser escola. O bom empreendedor precisa entender o nicho em que ele está operacionalizando, para onde o mercado está caminhando e estar dez passos à frente da concorrência.

ASN-MG: Você tem um mantra que te guia nos negócios?

F.T.: Meu mantra é boleto pago.

ASN-MG: O que o Felipe empreendedor tem do Felipe ator?

F.T.: A arte me trouxe diversos bônus, e ônus também. Sou um cara que não consegue ser muito sério o tempo inteiro e, às vezes, é preciso ser mais formal numa reunião e acabo deslizando, fazendo piada, porque cresci fazendo comédia. Na minha linha de personagem teve este ponto cômico, e vejo isso como um bônus. A minha desenvoltura, a forma de comunicar, o poder de oratória que eu estudei por anos, além do trabalho com fonoaudióloga, me permitiram um poder de comunicação que talvez me coloque alguns passos à frente de um empreendedor convencional.

ASN-MG:A holding Tittanium abriga 13 negócios, nas áreas de bebidas, hotelaria, suplementos, publicidade e alimentação. Como você escolhe os setores ou marcas em que investe? E em qual tendência você está de olho?

F.T.: Por mais que eu trabalhe no digital, não sou uma pessoa muito digitalizada. E, de uns anos para cá, eu fiquei atento para entender mais o mercado de tecnologia, e estamos mirando bastante nisso. E para escolher um negócio eu não vou no ‘achismo’, é tudo baseado em muita pesquisa para entender, de fato, o mercado a fundo. É preciso avaliar números, ter um painel analítico daquele setor em que se pretende investir para diminuir a margem de erro.

ASN-MG: O que um pitch (apresentação breve de uma ideia ou negócio) precisa ter para te chamar atenção como investidor?

F.T.: Um pitch bem-feito é aquele em que a pessoa tem propriedade para falar sobre o produto, e entende o negócio dela. Por exemplo, eu tenho uma agência com 150 colaboradores, eu sei quantos tubos de desinfetante eu compro por mês, porque eu realmente vivo o meu negócio. Então, em um pitch, quero entender o quão intenso é o viver do empreendedor no negócio dele, o quanto ele veste a camisa, entende o nicho que ele operacionaliza.

ASN-MG: Um conselho direto para quem está estruturando seu primeiro negócio?

F.T.: Entenda muito bem o nicho no qual você está pensando em investir. Quais são os concorrentes, qual o share de mercado (receita total de uma empresa em relação ao total do mercado em que ela atua). Entender também o que é possível desbravar neste segmento, qual a abrangência de mercado que este nicho tem. Muita gente abre o primeiro negócio com o pensamento de ‘acho que pode ser legal’, mas não pesquisar a fundo é besteira. Não faltam fontes de pesquisa e entidades para ajudar a fazer esta lição de casa bem-feita.

Assessoria de Imprensa Sebrae Minas
Flávia Ferraz (STARK)
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