Cristalina conquista certificação de Indicação Geográfica para os cristais de quartzo

IG reconhece a originalidade e reputação dos cristais de quartzo da região (Fotos Vivianne Sena e Silvio Simões)

O município goiano de Cristalina acaba de alcançar um marco histórico para a economia e a identidade cultural. Foi oficialmente concedida pelo Instituto Nacional da Propriedade Industrial (INPI) a certificação de Indicação Geográfica de Procedência aos cristais de quartzo da região, o que reconhece a originalidade e a reputação única dos produtos locais. Localizada a 271 km de Goiânia e 130 km de Brasília, a cidade está sobre o maior domo de cristal lemuriano do mundo, uma formação geológica de grandes proporções. A placa subterrânea é tão extensa que influencia o turismo, a economia e, segundo terapeutas e estudiosos, até a energia vibracional da região.

“Foi uma conquista muito importante para nossos garimpeiros, artesãos e para a nossa cidade. Temos a maior reserva de cristal do mundo, mas ainda não tínhamos um documento que pudesse certificar de forma oficial. Agora, com a indicação de procedência da IG, podemos emitir o selo de origem do nosso cristal”, comemora o vice-presidente da Associação dos Artesãos, Garimpeiros e Mineradores de Cristalina, William Souto.

O atual presidente da Associação, Gabriel Pereira de Souza, disse que essa chancela vai agregar valor ao trabalho de todos e que esse Selo de IG de Procedência torna definitivamente Cristalina como referência em cristal de quartzo lemuriano. “Agora temos efetivamente um diferencial competitivo comprovado”, explicou. Ele fez questão de agradecer ao trabalho e parceria do Sebrae Goiás durante todos esses anos de espera para obter essa certificação.

IG reconhece a originalidade e reputação dos cristais de quartzo da região (Fotos Vivianne Sena e Silvio Simões)

Para Cléber Chagas, gerente da Regional Entorno DF e Nordeste do Sebrae Goiás, entidade que apoiou no passo a passo a certificação, a expectativa é que todo esse trabalho aumente a geração de emprego e renda na cidade, que hoje conta com quase 90% de pequenos negócios cadastrados. “Com certeza deve haver um ganho não só para a cadeia produtiva dos cristais como a geração de novos negócios, fortalecimento do comércio e serviços, ampliação de mercado e atração de mais visitantes para o turismo de experiência, que tem se fortalecido a partir dos cristais”, explica Cleber.

“A obtenção de uma IG traz diversas vantagens para os municípios ou regiões. Garante a proteção legal contra a concorrência desleal e o uso indevido do nome geográfico, agrega valor ao produto e aumenta a competitividade no mercado nacional e internacional. Isso pode resultar em um aumento significativo na renda dos produtores locais e na geração de empregos”, destaca Athos Valladares, coordenador de Inovação do Sebrae Goiás.

O coordenador de Inovação do Sebrae Goiás, Athos Valladares, destacou as vantagens que a IG traz ao município

A partir de agora, o selo “Cristal de Cristalina” garante aos consumidores e turistas que eles estão diante de cristais genuínos, extraídos e trabalhados em um território de tradição e excelência mineral. A conquista mobilizou garimpeiros, artesãos, comerciantes e entidades de desenvolvimento. Os cristais lemurianos da jazida de Cristalina são diferenciados, porque a cor é obtida com a evolução do núcleo de cor, a partir de tecnologia de aceleração de elétrons, que permite dar a essas pedras o que a natureza faria em milhões e milhões de anos. O cristal lemuriano em toda a sua linha de cores mundialmente conhecidas como ‘green gold’ é uma exclusividade do Vale dos Cristais.

Goiás possui o selo de duas IG com Indicação de Procedência (IP): o Açafrão da Região de Mara Rosa (que inclui os municípios de Formoso, Amaralina e Estrela do Norte) e a Prata de Pirenópolis. Outras três estão em processo de finalização, que são a Jabuticaba de Hidrolândia, as Esmeraldas de Campos Verdes e o Artesanato de Olhos D’Água. A Cachaça de Orizona está em fase de análise, uma das várias etapas necessárias para adquirir o selo. E dois artesanatos goianos já tiveram diagnóstico positivo para iniciar o processo de IG: o Artesanato de Capim do Brejo, em Serranópolis, e a Cerâmica Boa Nova, em Ipameri.

Cidade dos Cristais – Os bandeirantes paulistas encontraram, em 1797, uma serra com uma enorme quantidade de cristais de rocha de todos os tipos e tamanhos espalhados pelo chão. Como o intuito era encontrar ouro, o mineral da região não foi explorado.

Em 1879, dois franceses, Etienne Lepesqueur e Léon Laboissière, enviaram amostras de cristais para Paris, onde foram vendidas por bom preço. Devido à pureza e qualidade, os cristais foram transformados em instrumentos de ótica e peças de artesanato para enfeitar as casas da burguesia francesa.

A partir daí, trabalhadores e comerciantes formaram o Arraial de São Sebastião da Serra dos Cristais, elevado à categoria de município em 1917. Segundo a Associação dos Artesãos de Cristalina, a atividade de lapidação e comercialização dos cristais permitiu a criação do Mercado do Cristal, especializado na venda de itens produzidos na cidade.

Indicações Geográficas – As Indicações Geográficas (IG) são ferramentas coletivas de valorização de produtos tradicionais vinculados a determinados territórios. Elas possuem duas funções principais: agregar valor ao produto e proteger a região produtora. O sistema de Indicações Geográficas promove os produtos e sua herança histórico-cultural, que é intransferível.

Essa herança abrange vários aspectos relevantes: área de produção definida, tipicidade, autenticidade com que os produtos são desenvolvidos e a disciplina quanto ao método de produção, garantindo um padrão de qualidade. Tudo isso confere uma notoriedade exclusiva aos produtores da área delimitada.

*Com Sebrae Nacional

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